
Os hackers são indivíduos ou grupos com profundo conhecimento em tecnologia, redes e sistemas, capazes de explorar falhas e vulnerabilidades em ambientes digitais.
Embora existam hackers éticos (também chamados de white hats) que ajudam empresas a identificar falhas de segurança, o termo “hacker” é amplamente associado aos cibercriminosos (black hats).
Contudo, as motivações por trás de atos maliciosos variam bastante, desde lucro direto até ideologias ou pura vaidade.
O que motiva os ataques hackers?
Existem diferentes motivações para os ataques, e entender esses objetivos ajuda a identificar o grau de risco que sua empresa pode estar enfrentando:
- Ganhos financeiros: A principal motivação de muitos cibercriminosos. Isso inclui o roubo de dados bancários, extorsão por meio de ransomware e venda de informações sigilosas na dark web.
- Espionagem corporativa: Empresas concorrentes ou estados-nação podem contratar grupos hackers para roubar informações estratégicas.
- Ativismo digital (hacktivismo): Grupos com ideologias políticas, sociais ou ambientais atacam organizações para promover causas ou protestar contra práticas específicas.
- Desafios e notoriedade: Alguns hackers buscam reconhecimento em comunidades clandestinas, realizando ataques apenas para provar suas habilidades.
- Recrutamento ou teste de ferramentas: Grupos maiores testam ataques em empresas menores antes de partir para alvos mais robustos.
Quais os principais métodos de ataques hackers?
Os cibercriminosos utilizam diversas táticas para invadir empresas, explorando vulnerabilidades técnicas e falhas humanas. Abaixo, estão os principais métodos e como funcionam na prática:
1 – Phishing: o ataque silencioso
O phishing envolve o envio de e-mails, mensagens ou links falsos, geralmente se passando por uma empresa ou figura confiável. O objetivo é enganar o destinatário para que ele forneça dados sensíveis, como senhas e números de cartão de crédito.
Por exemplo, um funcionário recebe um e-mail que parece ser do departamento de TI solicitando a redefinição da senha. Ao clicar no link, ele é redirecionado para uma página falsa que captura suas credenciais.
Só para ilustrar, cerca de 36% das violações de dados envolvem phishing, segundo um relatório da Verizon.
2 – Ransomware: sequestro digital
Já o ransomware é um tipo de malware que, ao infectar o sistema da empresa, criptografa todos os arquivos. O hacker então exige um resgate financeiro, geralmente em criptomoeda, para fornecer a chave de descriptografia.
Isso geralmente acontece quando um funcionário abre um anexo malicioso e, em questão de minutos, toda a rede da empresa é criptografada. Então, surge uma mensagem exigindo um valor de R$ 50 mil em Bitcoin para liberar os arquivos.
Um exemplo real, aconteceu em 2023, quando o Brasil, foi o segundo país mais atacado por ransomware na América Latina, segundo a Kaspersky.
3 – Ataques hackers de força bruta
Nos ataques de força bruto os hackers utilizam softwares automatizados para testar milhares de combinações de senhas em um curto período. Se a senha for fraca ou previsível, o sistema é acessado com sucesso.
Especialmente, aquelas empresas que não utilizam autenticação multifator estão mais vulneráveis. Isso porque geralmente as empresas utilizam apenas uma única senha genérica, como “admin123”. Assim, os hackers utilizam um programa que testa milhões de combinações e consegue acesso em menos de uma hora.
4 – Exploração de vulnerabilidades
Outro tipo de ataque muito comum é a exploração de vulnerabilidades. Segundo o relatório da IBM, 82% das violações ocorrem devido a falhas na aplicação de patches de segurança.
Isso porque muitos sistemas possuem falhas conhecidas, chamadas de vulnerabilidades. Quando não são corrigidas (via atualizações e patches), os hackers podem explorá-las para obter acesso ao sistema ou instalar malwares.
5 – Engenharia social
Em vez de atacar diretamente os sistemas, o hacker manipula pessoais. Ele pode se passar por um colega, gestor ou fornecedor e persuadir alguém a entregar informações ou executar ações que comprometam a segurança.
Por exemplo, um golpista liga para o setor de RH dizendo ser um novo funcionário com problemas de login. Após insistência, a pessoa do suporte fornece as credenciais temporárias.
Casos reais de invasões a empresas
- Sony Pictures (2014): Hackers roubaram dados sigilosos e divulgaram e-mails corporativos, causando danos à reputação da empresa.
- Colonial Pipeline (2021): Um ataque de ransomware paralisou um dos maiores oleodutos dos EUA, gerando prejuízos milionários.
- Banco Pan (2022): Cibercriminosos vazaram dados de clientes após uma falha de segurança.
Como as empresas podem se proteger?
Para minimizar os riscos, as empresas devem adotar boas práticas de segurança digital:
1. Implementação de autenticação multifator (MFA)
A autenticação multifator reduz significativamente o risco de invasões, exigindo uma segunda verificação além da senha.
2. Treinamento de funcionários
Colaboradores treinados são a primeira linha de defesa contra-ataques de phishing e engenharia social.
3. Atualizações e patches de segurança
Manter sistemas atualizados evita que hackers explorem falhas conhecidas.
4. Monitoramento contínuo
Ferramentas de detecção de ameaças ajudam a identificar atividades suspeitas antes que se tornem um problema.
5. Backups frequentes
Realizar backups regulares protege a empresa contra-ataques de ransomware e perda de dados.
Conclusão
Os ataques cibernéticos estão cada vez mais sofisticados, tornando a segurança digital um pilar essencial para qualquer empresa. Com medidas proativas, tecnologia adequada e uma cultura de segurança bem estabelecida, é possível reduzir os riscos e proteger informações valiosas. A prevenção é sempre o melhor caminho para evitar prejuízos financeiros e danos à reputação corporativa.