
Os ataques cibernéticos tornaram-se uma das preocupações mais urgentes nos últimos meses, tanto para setor privado quando para o público.
Em Janeiro deste ano, os órgãos do governo federal enfrentaram uma onda avassaladora de ataques. Desencadeando uma série de eventos que impactaram diretamente a segurança cibernética e a prestação de serviços públicos.
Os dados alarmantes revelam não apenas uma vulnerabilidade crescente, mas também a necessidade urgente para proteger os sistemas privados e governamentais e, consequentemente, a população.
A maior Escala de ataques cibernéticos nos últimos 4 anos
Segundo informações do GSI, o Brasil registrou em janeiro, 989 casos de ataques cibernéticos nos órgãos do Executivo, representando uma média de 32 ocorrências por dia.
Esse número representa o maior patamar para o mês nos últimos quatro anos, evidenciando uma escalada preocupante na frequência e na gravidade desses incidentes.
E estes não foram os únicos ataques, segundo a análise do Sistema Global de Caça a Ameaças da NSFOCUS, o Brasil foi classificado como o segundo país mais atacado por uma nova família de botnets RDDoS.
Conforme a pesquisa, essas botnets são uma ameaça construída do zero e têm a função de lançar ataques DDoS 24 horas por dia, tornando os recursos de sistemas indisponíveis para os usuários.
Além disso, uma pesquisa realizada pela startup GAT InfoSec revelou que a maioria das empresas brasileiras está abaixo do padrão aceitável de segurança cibernética.
A análise envolveu cerca de 1.131 empresas que compõem o 100 Open Corps com base em todos os ativos digitais, desde endereços de IP até e-mails e aplicativos. O estudo revelou que a média geral das empresas analisadas ficou em, 618 pontos, muito abaixo do resultado desejável de acima de 800.
Impactos Concretos de 2024
Os impactos desses ataques vão além das estatísticas, afetando diretamente a vida dos cidadãos. Um exemplo marcante, foi quando o Instituto Nacional do Câncer (Inca) teve que suspender sessões de radioterapia devido a um ataque cibernético.
Essa interrupção não apenas causou transtornos aos pacientes, mas também ressaltou a fragilidade dos sistemas de saúde diante das ameaças digitais.
Outro exemplo do impacto desses ataques às empresas, foi à venda de acesso de uma casa de câmbio brasileira em um fórum da Dark Web. O anúncio do ciberataque foi postado por um usuário que aderiu à plataforma Dark Web este ano.
O ataque invasivo segue em modus operandi, semelhante a outros ataques do mesmo gênero, como a Travelex de 2020.
Motivações e Consequências dos ataques cibernéticos
Os ataques cibernéticos não apenas prejudicam a prestação de serviços públicos e privados, mas também representam uma ameaça à segurança e à privacidade dos cidadãos.
Dados sensíveis, como informações de saúde e dados cadastrais, podem ser comprometidos, facilitando golpes financeiros e outras formas de exploração por parte de grupos criminosos.
Especialistas alertam que o governo se tornou um alvo atrativo para essas organizações, devido à quantidade de informações valiosas que detém sobre os cidadãos.
Mas todo alvo é um alvo, a análise detalhada das vulnerabilidades enfrentadas pelas empresas privadas, revelou uma série de problemas atrativos para os agentes mal-intencionados. Incluindo fragilidades nos cabeçalhos de segurança de aplicações empresariais, o uso persistente de protocolos inseguros e vazamentos de dados pessoais por meio de e-mails públicos.
Esses achados destacam a amplitude dos desafios enfrentados pelas organizações no que diz respeito à segurança cibernética e à proteção de dados.
E as consequências financeiras e reputacionais de violações de dados podem ser devastadoras, como destacado por Leonardo Militelli, CEO da GAT InfoSec.
Além disso, as regulamentações como a LGPD no Brasil e as exigências da União Europeia para certificação de segurança digital tornam ainda mais urgente a necessidade de investimentos em segurança cibernética.
A Urgência da Segurança Cibernética
A complexidade da cibersegurança apresenta desafios significativos para o governo e para as empresas privadas. Isso inclui, a necessidade de manter sistemas atualizados e atrair profissionais qualificados para lidar com ameaças digitais em constante evolução.
Além disso, a burocracia estatal muitas vezes dificulta a implementação rápida de medidas preventivas. No entanto, a recente criação do Centro Integrado de Segurança Cibernética do Governo Digital e a Política Nacional de Cibersegurança representam passos importantes na direção certa, visando fortalecer a proteção dos sistemas governamentais.
Mas, além disso, as empresas privadas devem tomar iniciativas para corrigir as vulnerabilidades encontradas segundas as pesquisas, e adotar soluções robustas como Cyber Security e Recuperação de Desastres, em conjunto com firewalls e demais tecnologias robustas disponíveis no mercado da tecnologia da informação.
Em resumo, os recentes ataques cibernéticos contra órgãos do governo federal e as empresas privadas destacam a urgência de uma abordagem proativa e abrangente para enfrentar as ameaças digitais.
Proteger os dados e a infraestrutura dos sistemas não é apenas uma questão de segurança cibernética, mas também uma questão de segurança nacional e bem-estar público.
À medida que avançamos em um mundo cada vez mais digitalizado, investir em cibersegurança se torna não apenas uma necessidade, mas uma prioridade absoluta para garantir um futuro seguro e protegido para todos.